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URGENTE: Nova variante de MPOX não pode ser combatida com antiviral usado para tratamento de doença

Os primeiros resultados de um estudo clínico sobre o antiviral tecovirimat, destinado ao tratamento da mpox, trouxeram descobertas inesperadas. O estudo revelou que o tecovirimat não diminuiu a duração das lesões em indivíduos infectados com a variante clado 1, a mais letal e prevalente no atual surto na República Democrática do Congo (RDC). Os dados foram divulgados pelo National Institutes of Health (NIH) na quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024.

Por outro lado, uma observação importante foi a redução da mortalidade entre os participantes do estudo (1,7%), tanto os que receberam o tecovirimat quanto os que foram administrados com placebo. Em comparação, a taxa de mortalidade geral na RDC por mpox é de 3,6%, o que sugere que o tratamento hospitalar de alta qualidade pode fazer a diferença.

Tecovirimat: estudo inicial aponta para novos caminhos

URGENTE: Nova variante de MPOX não pode ser combatida com antiviral usado para tratamento de doença
URGENTE: Nova variante de MPOX não pode ser combatida com antiviral usado para tratamento de doença (Fonte: CNN Brasil)

O estudo, nomeado PALM007, começou em outubro de 2022 e foi conduzido pelo NIAID em parceria com o Institut National de Recherche Biomédicale (INRB) da RDC. O objetivo da pesquisa era avaliar a eficácia e a segurança do tecovirimat no tratamento da mpox em adultos e crianças. Ao todo, 597 indivíduos diagnosticados com mpox foram incluídos no estudo.

Os pacientes foram divididos randomicamente para receber tecovirimat ou um placebo, permanecendo hospitalizados e sob intensa observação por pelo menos 14 dias. Embora o tecovirimat tenha sido geralmente bem tolerado, os resultados preliminares não demonstraram uma redução na duração das lesões causadas pela variante clado 1 do vírus.

Qual a importância dos próximos passos na pesquisa sobre mpox?

A continuação da pesquisa é essencial para entender melhor os resultados obtidos até agora. Novas análises são necessárias para investigar se fatores como a gravidade da doença, o tempo de sintomas antes da inscrição no estudo e características específicas dos participantes podem influenciar os resultados clínicos.

“Embora os resultados iniciais não tenham atendido nossas expectativas, eles são fundamentais para ajustar nossas abordagens e continuar a busca por tratamentos eficazes para a mpox”, afirmou Jeanne Marrazzo, diretora do NIAID. A identificação de novos candidatos terapêuticos continua sendo uma prioridade.

  • 597 participantes inclusos no estudo
  • Divisão aleatória entre tecovirimat e placebo
  • Hospitalização mínima de 14 dias
  • Monitoramento rigoroso e cuidados de suporte

O que é tecovirimat?

Desenvolvido inicialmente para tratar a varíola comum, o tecovirimat foi licenciado em 2022 pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para o tratamento da mpox. No mesmo ano, a Anvisa do Brasil autorizou seu uso emergencial devido ao surto no país. Estudos em animais mostraram que o tecovirimat pode reduzir a mortalidade em infecções por ortopoxvírus, como o vírus da mpox.

Resultados em seres humanos indicaram que o tecovirimat pode encurtar a duração da doença e diminuir a disseminação viral. De acordo com os Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, o antiviral é recomendado para tratar casos graves de mpox, como lesões hemorrágicas, encefalite e outras complicações que necessitam de hospitalização.

Como a investigação sobre a mpox pode evoluir?

A pesquisa sobre a mpox avança, buscando entender melhor os tratamentos e intervenções que podem ser mais eficazes. A OMS recomenda que o uso do tecovirimat seja acompanhado de coleta de dados em contextos clínicos específicos. “Este estudo é crucial para direcionar as respostas à mpox na África Central e no mundo, além de desenvolver novas estratégias de tratamento”, destaca Jean-Jacques Muyembe-Tamfum, co-pesquisador e diretor-geral do INRB.

Os resultados até agora mostram que, embora o tecovirimat não tenha sido a solução esperada para reduzir a duração das lesões, ele pode ser parte de um tratamento mais amplo, com foco em cuidados de suporte e em novas pesquisas para encontrar terapias mais eficazes. A busca por uma cura ou tratamento eficaz para a mpox continua, iluminada pelos resultados obtidos e pelo compromisso com a saúde pública global.