A recente ofensiva de Israel contra líderes dos dois principais grupos apoiados pelo Irã no Oriente Médio na quarta-feira (31) coloca uma pressão extraordinária sobre o novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian. Pezeshkian havia assumido o cargo apenas horas antes da ofensiva, na terça-feira (30).
Essa ação causa um desafio significativo à decisão de Teerã de continuar investindo em lideranças contrárias a Israel e aos Estados Unidos na região. O regime teocrático do Irã, que está em vigor há 45 anos, vive um momento de fragilidade política extrema.
Quais as consequências da ação de Israel?
A ofensiva gerou uma reação imediata na região. A morte do líder operacional do Hezbollah no Líbano, Fuad Shukr, levou algum tempo para ser confirmada pelo grupo, mas Israel assumiu a autoria do ataque prontamente. No entanto, a morte do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, teve repercussões ainda maiores. Israel não assumiu a autoria, mas o discurso desafiador de Binyamin Netanyahu deixou poucas dúvidas.
Tanto Shukr quanto Haniyeh eram figuras centrais nos seus respectivos grupos, e suas mortes representam um golpe severo para o Hezbollah e para o Hamas. Os EUA, que em 2020 mataram o mais importante general do Irã em uma ação em Bagdá, mantiveram-se discretos.
Qual será a reação do Irã?
O Irã agora enfrenta a necessidade de resposta. A morte de Haniyeh, enquanto hóspede do presidente Pezeshkian na noite subsequente à sua posse, é um vexame diplomático e militar para o país. Mas como será essa reação? Será uma retaliação imediata e agressiva ou algo mais calculado?
O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, terá que pesar cuidadosamente sua resposta. Após a morte de Ebrahim Raisi em um acidente de helicóptero em maio, que era o presumível sucessor, a liderança iraniana está mais instável do que nunca.
Quais são os possíveis desdobramentos?
A escalada de tensões entre Israel e os grupos apoiados pelo Irã tem várias possíveis consequências. Desde vinganças pontuais até uma guerra total na região, a margem para riscos é ampla. Esta situação também deixa o futuro do Oriente Médio em um equilíbrio instável, impactando diretamente a paz mundial.
A reação de Israel em abril, quando abateu quase a totalidade dos mísseis e drones iranianos, foi relativamente moderada. Mas a tensão na fronteira norte com o Hezbollah continua alta. Agora, a estratégia do Irã será vital para determinar se haverá uma escalada militar.
Como essa escalada pode afetar a política mundial?
Um conflito agora terá repercussões globais, especialmente na campanha de sucessão presidencial nos Estados Unidos. Joe Biden, o atual presidente, não poderá ficar passivo caso Israel seja alvo de um ataque amplo, ainda mais considerando a postura agressiva de Donald Trump em relação ao Irã.
A natureza estratégica do Oriente Médio, com sua vasta produção energética, faz com que o mundo todo fique de olho nos desdobramentos. A Rússia e a China, aliadas do Irã, também têm seus interesses, enquanto os EUA continuam a apoiar Israel.
Com a Rússia envolvida na Guerra da Ucrânia e a China preocupada com sua economia, a pressão para que os rivais se acalmem pode aumentar, como aconteceu em abril. No entanto, não há garantias de sucesso.
- As consequências diplomáticas e militares para o Irã são complexas.
- A resposta de Israel e seus aliados será crucial para o futuro da região.
- As tensões podem afetar eleições e políticas internacionais, especialmente dos EUA.
O Oriente Médio continua sendo uma região de extrema importância global, e o desenrolar dessa situação terá implicações profundas para todos os envolvidos, e potencialmente, para o mundo inteiro.
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